"Sem Resistência"

Solta-se da rosa a pétala

sedosa ainda, e perfumada

dos aromas que partilharam naquele botão

Tão macia que era

Tão suave em seu cair

Ato-te ao ar num olhar de suspensão

Eterno na memória de existir

De cada vez que passo

junto ao vaso em que caíste

Sinto-te a fragrância

Toco-te a maciez perene

Naquele gesto mágico e furtivo

de te ter em recordação

de te guardar onde persistes

Hoje, paro e não resisto

em tocar o botão maquinal

deste relógio que atraso

Cem séculos, mil anos de demora

(Tanto tempo a suceder….)

Prendo-te nas nervuras do poema

Perpetuo-te na memória de escrever

Sonhadoradocéu
Enviado por Sonhadoradocéu em 26/11/2023
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