"Sem Resistência"
Solta-se da rosa a pétala
sedosa ainda, e perfumada
dos aromas que partilharam naquele botão
Tão macia que era
Tão suave em seu cair
Ato-te ao ar num olhar de suspensão
Eterno na memória de existir
De cada vez que passo
junto ao vaso em que caíste
Sinto-te a fragrância
Toco-te a maciez perene
Naquele gesto mágico e furtivo
de te ter em recordação
de te guardar onde persistes
Hoje, paro e não resisto
em tocar o botão maquinal
deste relógio que atraso
Cem séculos, mil anos de demora
(Tanto tempo a suceder….)
Prendo-te nas nervuras do poema
Perpetuo-te na memória de escrever