Descortinar

Descortino-me,

abro-me de corpo e alma à fúria de Oyá.

Aquele que a mim pertence,

meu anjo negro de dreads,

ainda dorme.

Descortino a janela, e a luz de Rá me incendeia.

Afasto as grades, e essências de rosas me invadem.

Como não querer que o tempo congele?

Como não desejar congelar esse encanto

lançando mão de algum mítico juramento?

Roseira brava, seja livre!

Eu retornarei ao leito comunal,

irei juntar meu corpo ao do anjo,

meu black power aos seus dreads...