Deixar ir...
Dizem que se você realmente ama alguém tem que deixa-lo ir, pois se o mantiver perto de ti irá mata-lo aos poucos e no fim das contas não restará nada do que um dia foi sua razão de viver.
Só não dizem como deixar ir o que te faz sorrir, não dizem como conseguirá viver sem o que dá sentido à vida, não dizem como suportar a dor de ver seu amor se esvair.
Chaplin não poderia ter descrito melhor, de todas as pessoas que vêm só duas ficam verdadeiramente, a que decidiu ficar e a que decidiu ir deixando sua alma no lugar.
Aqui não há julgamentos, apenas dor de ambos os lados, uma dor que não importa o tempo, a distância, se faz presente a todo momento.
O amor não é suficiente para se ter e manter um relacionamento, mas o deixar ir não é garantia de que não haja amor, pelo contrário, se deixa ir por amar mais que a si, se deixa ir por crer ser o melhor a se fazer, mesmo sangrando por dentro.
Não se desiste do ser amado, desiste de tudo que possa causar dor, não se desiste do amor, desiste por se sentir insuficiente para vive-lo, não se desiste de amar, desiste de sofrer no caminho e principalmente de fazer sofrer quem se ama.
Deixar ir traduz a maior expressão de amor que alguém pode sentir, é melhor morrer por dentro que ver morrer o que se tem dentro.
Ninguém explica o amor, mas se explica os feitos em seu nome.
Deixa se ir, mas nunca se vai por completo. Um cheiro, um lugar, uma música, uma cor, uma flor, qualquer coisa serve para eternizar essa dor e esse amor. Não uma dor que fere, uma dor triste, uma dor que aperta e que traz ainda mais para perto aquele que se foi.
Deixo ir o que mais amo na esperança de um dia, em outra vida, reencontra-lo e fazer essa dor parar de doer, deixo ir o que mais amo, mas não deixo de ama-lo, pois se assim o fizesse deixaria de amar a mim mesma, deixo ir o que mais amo, pois a pureza desse sentir não permite que o prenda a mim.
Deixo ir sabendo que, sendo verdadeiro, não importa o quanto tente o contrário, voltará e se não voltar não importa, pois na verdade nunca foi, o sentir não depende da razão, mas do que despertou em meu coração.