A (mar) é rio

Se a(mar) é rio,

Pra onde fluem suas dores?

Se o fruir é vida,

Qual lago agita os amores?

Se horizonte é alvo,

Por que leste tais dissabores?

Se o cardeal parece ponto final,

Põe-se a oeste o luminar das flores?

Se o presente é refluxo,

De passado repleto de cores,

Que o futuro seja a distopia,

Dos mais ignóbeis pavores.