SEMPRE QUE TU VENS



Tu vens na harpa do vento,
nas sombras e luzes
dos meus pensamentos,
na saudade radiosa
e trazes, em pálpebras de rosas,
o meu alimento.

Tu vens nos meus bordados
de menina,
naquelas estrelas pequeninas
que faziam, do meu vestido,
o firmamento.

Tu vens
invisível nas águas brancas,
lágrimas sobre as areias,
como uma renda que o mar levanta
para o repouso das sereias.

Tu vens em dedos de luz,
em essência e aragem,
traçando rotas em folhas mágicas,
em cósmica viagem.

E já o mundo não é mais
retrato silenciado
na noite imensa.
É flor alada, que desabrocha
em noite escura,
lutando pela ternura.
Amor que jamais se ausenta.

Sempre que tu vens
é mais sagrada
a existência.








 








Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 27/12/2007
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T793760
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