SEMPRE QUE TU VENS
Tu vens na harpa do vento,
nas sombras e luzes
dos meus pensamentos,
na saudade radiosa
e trazes, em pálpebras de rosas,
o meu alimento.
Tu vens nos meus bordados
de menina,
naquelas estrelas pequeninas
que faziam, do meu vestido,
o firmamento.
Tu vens
invisível nas águas brancas,
lágrimas sobre as areias,
como uma renda que o mar levanta
para o repouso das sereias.
Tu vens em dedos de luz,
em essência e aragem,
traçando rotas em folhas mágicas,
em cósmica viagem.
E já o mundo não é mais
retrato silenciado
na noite imensa.
É flor alada, que desabrocha
em noite escura,
lutando pela ternura.
Amor que jamais se ausenta.
Sempre que tu vens
é mais sagrada
a existência.