CONJUGADOS
CONJUGADOS
A Carinne Boto
A tua mão começa
a abrir o meu poema.
A tua voz rendilha
meus versos,
teu sorriso constrói
as estrofes
e o teu sexo reconduz
a minha glória.
É que o amor é nobre
e eu sou o pobre
que se abastece
de ti, o barco
que encontra a luz
quando estou na contraluz
de mim.
Sou o peixe que avança
na corrente
para cair em cachoeiras
cachoeiras de ti
que se derramam
com o meu toque.
Toque em mim
para que eu ressoe
e te repita
Em eco:
Te amo, te amo, te amo;
com próclise
sem norma culta.
Um grande amor
sempre se conjuga.
Em carne,
em verso,
em flor.