A PORTA
A PORTA
Ninguém passa totalmente
por uma porta entreaberta.
A porta deve estar aberta,
a porta deve estar fechada.
Se aberta, há de por ela entrar
a liberdade.
Se fechada, por ela havemos
de escolher uma próxima
ou distante que seja, mas será
outra.
Assim é o amor: ou nos liberta
ou nos cativa.
Não há meio termo
como uma porta entreaberta.
E se não queremos, de fato, adentrar,
não devemos nem pela fechadura observar.
Quem está por trás fita os olhos
de quem espreita.
O amor é olho por olho,
ente por ente.
Ou entre ou saia.