Maravilhas do Amor
Escrevi nas pedras o desespero de ser gente
Com tintas vermelhas que tirei das minhas veias
Na loucura que o ato de viver nos faz inocentes
E ignorar a realidade e as suas obscuras teias
Toda a matéria transcende este espaço aparente
E ao olhar o infinito nossa abstração floreia
E nestas pedras escrevo poemas inconsequentes
Sem perceber que somente jogo em meus olhos areia
Descompensado eu recorro a pensadores e videntes
Que me cativam e mesmo sem que eu veja, creia
E todo este meu desespero é um ato falho da mente
Abraçando toda crendice ouvindo o canto da sereia
Tudo na verdade é devaneio e o pensamento não clareia
Somente a escuridão é o que nos chega furtivamente
Até o amor surgir em nossa vida como uma cachoeira
É quando tudo então passa a se tornar diferente
Logo escrevo extasiado nas pedras que o amor é lindo
Que o cheiro da paixão esmorece meu pensar
Que eu nunca me canso de tanto te amar
E eu e você neste mundo maluco seguimos juntos e rindo