Amor e saudade.
Sonhei que estava triste
Triste está a poesia que perdeu o poeta, a flor que nunca mais terá suas pétalas acariciadas pelas mãos do jardineiro.
Ele partiu:
Triste é aquele pássaro que não tem onde pousar, que perdeu o seu canto e não mais poderá a sua rainha cortejar.
Triste é o coração que nunca amou; a boca que nunca beijou; e os braços que nunca abraçou.
Triste é ver minha estrada ficar pequena, olhar para trás e não ver mais a minha morena, tão pouco o seu sorriso, amar e não poder voltar.
Triste é ter que partir sem saber para onde ir, quando chegar...e se um dia irei retornar.
Triste é acordar chorando sem saber o porque, é sentir o dia passar e não estar nele.
Triste é sentir a boca seca, é ter a barriga vazia, é ter a sede que não passa, é ver a fome que ainda mata, é sentir a dor que não quer parar de doer. É ter olhos e não poder enxergar.
Triste é ter nas mãos uma bengala; é não poder tirar do corpo as cicatrizes e as doloridas lembranças do passado.
Triste é a ferida que não sara, é o tapa doído, são os maus-tratos sofridos, é ter a infância interrompida.
Tudo isso e triste demais.
Ainda bem que tudo foi apenas um sonho, não sou triste...a bem da verdade sou feliz por não ter sido feito de maldade.
O meu coração não guarda rancores, nele só existe saudade...e uma enorme vontade de um dia a minha morena voltar a ver.
Encontrá-la na estação com seus cabelos branquinhos, e não mais com aquele triste olhar que ao partir deixei, e no coração a esperança de que um dia um forte abraço lhe darei.
E por fim, meu corpo cansado nos seus braços repousarei.
E assim...eu e ela...viveremos juntinhos até o fim de nossas vidas.
Igor Rodrigues Santos.