*Curitiba*
Nas entranhas do tempo, Curitiba repousa, um caleidoscópio de encantos e sutilezas, onde cada rua é uma estrofe que entrelaça o presente com a tapeçaria do passado. Sob o manto da história, seus patrimônios erguem-se como guardiões silenciosos, testemunhas de eras que dançam na brisa.
Entre as linhas das calçadas, caminha-se por um livro aberto, páginas feitas de paralelepípedos que contam crônicas de tempos idos. Os casarões centenários, de portas maciças e janelas debruçadas sobre o tempo, sussurram segredos aos ventos curitibanos.
Curitiba, cidade tecida com fios de beleza, desdobra-se em seus parques, verdadeiros poemas em verde. Cada árvore, cada flor, é uma nota musical na sinfonia da natureza urbana. O Jardim Botânico, como um verso rimado, exala fragrâncias que se entrelaçam com a nostalgia das ruas de paralelepípedos.
Ao pôr do sol, a luz dourada acaricia as fachadas, transformando a cidade em um quadro impressionista. Os monumentos históricos, guardiões do passado, banham-se na luz crepuscular, contando histórias que ecoam nos corações dos que a habitam.
Nas cafeterias acolhedoras, o aroma do café se mistura com a poesia do cotidiano. As praças, palcos de encontros e desencontros, são testemunhas mudas de risos e suspiros, enquanto o vento brinca com as páginas dos jornais amassados.
Curitiba, cidade de quatro estações, dança entre o frio e o calor, como uma melodia que se reinventa a cada compasso. No inverno, as araucárias vestem-se de branco, enquanto na primavera, os ipês pintam o cenário com pinceladas de cor.
Viver em Curitiba é habitar um quadro em movimento, onde a arquitetura clássica se entrelaça com a modernidade, formando um cenário digno de ser eternizado em versos. A cada esquina, uma nova estrofe se revela, e cada cidadão é um poeta a escrever sua própria narrativa neste livro aberto chamado Curitiba.
Diego Schmidt Concado