Não sei ordenar pensamentos,
nem sei contar a ordenança das pedras.
A pedra esquecida na montanha, sou eu.
Amarrotada pelo tempo, pela história vivida,
guardada de amores, afeiçoada à terra
tornou-se em embrulho da montanha.
Passos de um só homem procurando seus caminhos,
afeiçoado à ardósia azul-afogueada da moldura dela.
E em pedra e pó a transformou...
Emoldurada e bem ao gosto dos amarroados do tempo.
Agora, procura a moldura dela
nas vitrines, nas bandeiras e por-do-sóis
que guardam o pó de lembranças
do que virá - pedra sob pedra...
Mas o amor brota de adeuses,
e faz-se verdade,
ressurge do nada que restou,
na pedra esquecida na montanha -
pedra que guarda o segredo,
o mistério do Amor que pra sempre
- em luz de rara beleza transformada -
entre as mãos da pedra
e da montanha ficou...