Nosso pacto

Nosso pacto

Nosso pacto, esculpido nas promessas silenciosas, era o de nunca desenhar lágrimas nos contornos dos teus olhos. Onde, no intricado emaranhado dos nossos entendimentos, perdemos a trilha que nos guiava pela senda da alegria?

Era um juramento entrelaçado nos nossos sorrisos, uma cláusula não escrita que embalava a nossa dança. Então, como as estações que mudam sem aviso, algo se desfez nas entrelinhas dos nossos acordos, e as lágrimas infiltraram-se, desobedientes, nos códigos que juramos manter intocáveis.

Pergunto-me, inquirindo os suspiros do nosso entendimento perdido, onde as palavras se perderam e as lágrimas encontraram um lar. Em que esquina do nosso compromisso, a melodia da tristeza substituiu a harmonia da nossa alegria?

Talvez tenha sido nas entrelinhas não ditas, nos espaços que deixamos vazios, ou nos instantes que, por descuido, esquecemos de ser abrigo um para o outro. Nosso combinado era uma sinfonia, mas, em algum ponto, tornou-se uma partitura borrada, com notas de tristeza que não planejávamos tocar.

E agora, no eco das lágrimas que desafiaram nosso pacto, buscamos o caminho de volta para a promessa original. Em cada gota salgada, uma pergunta ecoa: onde, nos nossos entendimentos desfeitos, perdemos o fio que nos mantinha unidos na busca pela felicidade?

Neste capítulo inesperado da nossa história, talvez descubramos que é na vulnerabilidade compartilhada que renovamos nossos compromissos. Nas lágrimas, como gotas de chuva que nutrem a terra seca, encontramos a oportunidade de regar o solo fértil do nosso entendimento, renovando as raízes do nosso amor. E, assim, nos reconstruímos, aprendendo que o verdadeiro pacto reside na capacidade de enxugar as lágrimas do outro com as nossas mãos entrelaçadas.

Diego Schmidt Concado

Diego Concado
Enviado por Diego Concado em 14/11/2023
Código do texto: T7931529
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