Nosso pacto
Nosso pacto
Nosso pacto, esculpido nas promessas silenciosas, era o de nunca desenhar lágrimas nos contornos dos teus olhos. Onde, no intricado emaranhado dos nossos entendimentos, perdemos a trilha que nos guiava pela senda da alegria?
Era um juramento entrelaçado nos nossos sorrisos, uma cláusula não escrita que embalava a nossa dança. Então, como as estações que mudam sem aviso, algo se desfez nas entrelinhas dos nossos acordos, e as lágrimas infiltraram-se, desobedientes, nos códigos que juramos manter intocáveis.
Pergunto-me, inquirindo os suspiros do nosso entendimento perdido, onde as palavras se perderam e as lágrimas encontraram um lar. Em que esquina do nosso compromisso, a melodia da tristeza substituiu a harmonia da nossa alegria?
Talvez tenha sido nas entrelinhas não ditas, nos espaços que deixamos vazios, ou nos instantes que, por descuido, esquecemos de ser abrigo um para o outro. Nosso combinado era uma sinfonia, mas, em algum ponto, tornou-se uma partitura borrada, com notas de tristeza que não planejávamos tocar.
E agora, no eco das lágrimas que desafiaram nosso pacto, buscamos o caminho de volta para a promessa original. Em cada gota salgada, uma pergunta ecoa: onde, nos nossos entendimentos desfeitos, perdemos o fio que nos mantinha unidos na busca pela felicidade?
Neste capítulo inesperado da nossa história, talvez descubramos que é na vulnerabilidade compartilhada que renovamos nossos compromissos. Nas lágrimas, como gotas de chuva que nutrem a terra seca, encontramos a oportunidade de regar o solo fértil do nosso entendimento, renovando as raízes do nosso amor. E, assim, nos reconstruímos, aprendendo que o verdadeiro pacto reside na capacidade de enxugar as lágrimas do outro com as nossas mãos entrelaçadas.
Diego Schmidt Concado