Fanatismo

Eu toco meu dedo na flor que se abre

como um coração vermelho e denso

e o sol desliza na relva como um sabre

num brilho de luz e um dom intenso

Abriu-se a flor majestosa e pura

em um estertor doloroso e exausto

sentimentos postos na relva escura

ao seu romper impera este holocausto

São chamas em um nascer claudicante

sobre o dedo morno nesta flor indecisa

descreve verbos e poemas de partida

no archote de luz deste dom inebriante

Ai de ti que tudo tens e lamenta

despreza o amor e de paixão vive sedenta

levando a sorte a um passo do abismo

e todo o seu dote a passageiro amores

sem entender a magnificência das flores

e nos prazeres da carne, seu maior fanatismo