178°

De todos os arrependimentos que tenho

O maior foi amar quem nunca me amou

Cultivar um sentimento por quem me usou

A carência quase me matou

Se aqui estou a escrever essas baboseiras

Foi por encontrar forças onde ninguém encontrou

Eu sou o poeta que o amor deixou

Deixar ir quem sem ama é um ato de amor

Minha riqueza foi ser pobre com quem me amou

Hoje sou um juntador de palavras

Um pedante poeta na beira da estrada

Com as marcas de um desamor

Aquela que em mim deixou feridas

Que nas noites mais sofridas me rejeitou

Aprendi com a vida que a dor rima com o amor

Eu queira amar eternamente a carne que a terra vai comer

Não entendia que sou fruto de uma mortalidade

Que a morte tem um acordo com a vida

E não podemos ser eternos e agredidos pelo tempo ao mesmo tempo

O que fui quando amei aquela a quem dediquei alguns versos

Foi um completo idiota com mania de grandeza

Minha derrocada foi descobrir que não fui amado.

Otreblig Solrac - O poeta burro

Otreblig Solrac
Enviado por Otreblig Solrac em 06/11/2023
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