se não depois, quando?
se me perguntarem
por que não o amo
diria que porque
agora é impossível
se me obrigassem
a dizer o motivo
diria que porque
eu enlouqueceria
e o levaria junto
e se me retrucassem
sobre como, mesmo assim,
pareço amá-lo
diria o que já disse
e repito:
porque era ele
porque era eu
e se por acaso
eu pudesse te olhar agora
meus olhos perguntariam:
“é melhor falar ou morrer?”,
e morreríamos os dois
em silêncio