A CARRUAGEM DE CRONUS

Lá vem Ela! O vulto trágico, fabuloso

Inclemente aponta Cronos a ampulheta!

O primaveril desabrochar da violeta,

Exige o deus frio, impiedoso!

Taciturno, nevoado semblante, mudo!

Mãos às rédeas da carruagem

Fosse tu de meu desatino, vã miragem...

Há de tomar-me da alma partida, tudo!

Ah Cronus! Não te sacia a juventude de Hebe?

Queres da taça jovial, o beijo leve

A candura, a pureza da noviça - O viço!

Se amo o raiar primaveril, ó beldade!

Não o transformes em saudade...

Leva o ouro e a prata... Nada mais cobiço!

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Observação

1 - “Cronus” - Deus do tempo, segundo a mitologia grega

2 - “Hebe” - Filha de Zeus e Hera, é a deusa da juventude

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O texto é uma rogativa a Cronus, Deus do tempo, para que ele não tire jamais das crianças o olhar doce e primaveril, em detrimento ao tempo, que lhes cobra através dos anos que passam! (a carruagem, no caso)

André da Costa
Enviado por André da Costa em 04/11/2023
Reeditado em 04/11/2023
Código do texto: T7924175
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