Orós
Enquanto a lua com seu clarão iluminava planícies e chapadões, eu via da janela flores sorrindo e casarões da era barroca dando sinais de envelhecimentos sob a aura tranquila do tempo
Crianças deslumbradas de alegria brincavam pelos campos límpidos do Inep, modernidade já se fazia presente, a tecnologia abrasiva aproximava-se da gente ainda despreparada para recepcioná-la, na imensidão das lavouras floridas de esperança vãs em algodão.
O bálsamo das flores exalava, mas a que mais se destacava era a dama da noite cobrindo o chão, fazendo tapete colorido na minha mente insana de adolescente, Monet parecia se aproximar trazendo alegria em chama nos desenhos animados e em cores.
Aflito eu olhava o mundo que projetava robôs ao invés de seres humanos, meu coração sofria, mas minha alma de nada reclamava, na visão do sábio o mundo era você e eu, diante do que para o instante se apresentava e sem apelo a vida seguia.
No silêncio a lua ia embora e o sol surgia entre as montanhas trazendo sorriso abrasador, a água era azul, a vida era simples, o amor era notório, estrutura irrisória ao desejado, beleza não punha mesa, a noite só voltaria a tarde quando o vaqueiro ia juntar o gado.