Aliança de casamento
No recinto de exorcizarem-se
As impurezas do corpo drástico,
Aliviei-me das do meu
Sob a chuva artificial do céu de plástico.
Sequei-me ao sol de algodão,
Ao meu cheiro serenei o da rosa
E entrei na vila de casas de botões,
Vestindo a mais bonita e cheirosa.
O compasso do meu coração zuniu
E acelerou os ventos da sua vela
Quando a visão dos meus olhos
Embarcou na dos olhos dela.
Me deu saudade de sentir saudade
E a minha vontade de fazer maldade
Se achegou à maldade
Que havia na vontade dela.
Assim nasceu o primeiro encontro
Com os desencontros da fantasia
Que me fizera prisioneiro na cela do coração dela
E na do meu prisioneira se fez ela.
O que era um encontro casual
Nos condenou a um degredo
Tão pequeno e estreito
Que só cabe um dedo,
Mas de significado
Tão grande e profundo
Que é capaz guardar
Toda felicidade do mundo.
Evany, 31/10/2023