Quando ninguém está olhando
Quando ninguém está olhando
Eu não sou normal
Quando ninguém está olhando
Eu sou abstrata, caricata, retardada
E informal
Mas quando ninguém está olhando
Eu sou eu mesma
Sem roteiro, meio casual
Engraçado, que o meu " eu" verdadeiro
Talvez seja mais legal
Ou talvez seja bagunçado, traumatizado
E nenhum pouco especial
O fato é, que quando ninguém está me olhando
Eu posso ser de verdade
Romântica, chata, problemática e emocional
Até um pouco sem graça, sem vaidade
Mal vestida, divertida, deprimida
Quando ninguém está olhando
Eu canto, danço, invento personagens
Ou saio deles
Por vezes, falo comigo mesma
E me declaro para as paredes
Quando ninguém está olhando
As vezes eu não existo
Não penso tanto, me afogo em mim
Quando ninguém está olhando
Eu sou mais ou menos assim
É, assim
Biblioteca de coisas inúteis
Umas manias, uns pensamentos fúteis
Mas quando ninguém está olhando
Eu fico me perguntando
Por que ninguém me vê?
Engraçado, mas quando ninguém está me vendo
É quando eu menos quero desaparecer
E ainda bem que ninguém está me procurando
Porque se me perguntarem agora
Para aonde eu vou, quando ninguém está olhando
Talvez, nem mesmo eu
Soubesse o que dizer