DIGO-TE, BAIXINHO
Digo-te, baixinho,
e em prosa,
o que os meus versos
são incapazes de dizer-te
porque, por mais que eu tente,
não encontro rimas
e a métrica, quebrada,
não tem sonoridade.
Digo-te, em prosa
e bem baixinho,
o que os meus versos
não podem traduzir...
porque não há nenhum poema
mais belo que teus olhos
e nenhuma música
é mais melodiosa que teu riso.
Digo-te baixinho,
e em prosa,
o que os meus versos,
inúteis,
são incapazes de expressar..
porque não há como rimar
o teu amor
com a terminação sem cor,
da minha pobre poesia.
Digo-te então,
baixinho e em prosa,
fluida e solta,
deixando que as palavras
me transbordem da boca.
Porque os versos...
esses, sempre se quebram
transformando-se
em
so
lu
ços.
BH - 11.03.05