Uma despedida com dois corações partidos.
Nas trilhas do destino, não antevi tal desfecho,
Dois corações, agora destroçados, num lamento estreito,
Não, não eram apenas os meus, mas os nossos em agonia,
A despedida, um eco amargo de nossa antiga harmonia.
Ansiava apenas por ser compreendido, em palavras não ditas,
A necessidade de ti, agora e eternamente escrita,
Ah, como queria que entendesses meu clamor mudo,
Mas as estrelas conspiraram, nosso amor em vão, desnudo.
O universo, esse eterno contador de histórias e destinos,
Traçou nossos passos, sem ouvir nossos desatinos,
Cada suspiro, uma prece perdida na vastidão do céu,
Cada lágrima, uma constelação, um triste novelo.
Nossas almas, agora entrelaçadas na saudade,
Como constelações perdidas numa noite de ansiedade,
A jornada que sonhamos, um caminho inacabado,
Nossos destinos cruzados, num enigma não decifrado.
Ah, como desejei que nossos corações fossem poupados,
Dessa triste sina, desses sonhos agora quebrados,
Mas no palco do cosmos, somos apenas atores errantes,
Em uma peça cósmica, sem roteiro, sem instantes.
A necessidade de ti, uma estrela guia em minha escuridão,
A esperança de um reencontro, numa futura encarnação,
Nossos corações, agora distantes, ainda pulsam em uníssono,
Na dança efêmera do tempo, somos um verso perdido, um engano.
Então, deixemos que o vento leve nossas palavras não ditas,
Para além das fronteiras do tempo, onde as almas são infinitas,
Que a memória de nós dois resplandeça em constelações,
Num universo vasto, onde talvez, haja novas paixões.
E assim, nesta despedida, guardemos o que foi vivido,
Nos recantos do coração, onde o amor não é esquecido,
Que a saudade seja suave, como a brisa que toca a pele,
E que em outras vidas, nossos corações se encontrem, fiéis.
Diego Schmidt Concado