O PRANTO E O ORVALHO

Tocastes Orvalho, dela a tez franzina?

Tu que silente na noite banhava a rosa

Acudindo ao afã da flor ciosa...

És hoje, porém, peregrino da hora vespertina!

Poeta, toma a pena! Ninguém jamais compôs!

A poesia desta pintura!

Quadro vivo - Vês, a candura...

Vem a garoa e o sol não se pôs!

Foi por Ela! Bem o sei...

Fui covarde e não ousei

O álgido beijo orvalhado...

Talvez receoso por aquele pranto

Que punge minh'alma tanto... Tanto...

Não sei, como tu, banhar um olhar marejado!

André da Costa
Enviado por André da Costa em 28/10/2023
Reeditado em 28/10/2023
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