O PRANTO E O ORVALHO
Tocastes Orvalho, dela a tez franzina?
Tu que silente na noite banhava a rosa
Acudindo ao afã da flor ciosa...
És hoje, porém, peregrino da hora vespertina!
Poeta, toma a pena! Ninguém jamais compôs!
A poesia desta pintura!
Quadro vivo - Vês, a candura...
Vem a garoa e o sol não se pôs!
Foi por Ela! Bem o sei...
Fui covarde e não ousei
O álgido beijo orvalhado...
Talvez receoso por aquele pranto
Que punge minh'alma tanto... Tanto...
Não sei, como tu, banhar um olhar marejado!