MINHA MAIS RICA POESIA
Quando o teu corpo adivinhava para onde queria ir o balanço do meu... E ali descansavas e saciavas a tua fome por entre beijos arrepiados molhadas pela tua boca... Na mira fugaz de teu olhar... E trocávamos carícias só por trocar porque era bom ter o que partilhar e um dia prometemos que nada ficaríamos a dever um ao outro porque teríamos sempre algo para dar... E os meus olhos brilhavam quando te sentiam numa cumplicidade que sussurrava perto de mim e afinal... Desconfiavas de todas as promessas com pensamentos que iam para longe... Conhecia as curvas do pescoço... O peso das tuas mãos afundadas na minha carne e enterradas bem fundo na minha alma... Adivinhava porém quando ias soltar aquele sorriso oblíquo e até a pele da tua face sabia ser presa a cativar por mim... A madrugada era quem nos alimentava sempre que nos ouvia os gemidos e as noites foram sempre acolhedoras para contarmos as horas com paixão... Por vezes quando o silêncio se fazia sentir entre nós... Eu erguia os dedos e desenhava-te no vazio preenchendo pedaço por pedaço na união do meu olhar... Depois repetia-te guloso já nos teus braços e com toda a minha escrita amarga e doce fluías em mim como a minha mais rica poesia...