LÁBIOS CELTAS
Talvez eu procure salvação,
Em alguma parte de ti!
Para destruir esta acesa solidão,
Que mortalha o meu corpo e,
Tudo o que me faz sentir…
Teus olhos adorando-me,
Como uma sacra arte existencial,
Enquanto eu tento não cair no esquecimento,
De viver querendo-te somente aqui.
É um modo esquisito de ludibriar-me,
Voltando a tona aquilo que é-me necessitavél:
O pecado de não resistir-te, e nisso, ver que,
Toda a sua fotografia, é um segundo que perco-me,
Em teu sorriso expressando inteiramente,
A minha vontade de não desistir.
De repente uma luz é um vislumbre a me encontrar,
Nas manhãs em que aspiro pelos teus lábios celtas,
Que daria-me a lógica para a tal iluminação,
De escrever-te uma missiva por tradição,
Vindo a selá-la com a cera das velas vermelhas,
E o carimbo de toda a verdade,
Com que marcastes este meu coração.
Ao nascer do sol,
Fugiria-me inesperadamente contigo!
Somente para vir a dizer ao teu espírito,
Que ainda ele pode ver através de mim,
As influências dos astros em nós,
E o tanto que venho, desesperadamente,
A mentir banalmente sobre ter,
Que lembrar-me de respirar você.
Poema n.2.996/ n.65 de 2023.