Olha-me! O teu olhar sereno e brando

Entra-me o peito, como um largo rio

De ondas de ouro e de luz, límpido, entrando

O ermo de um bosque tenebroso e frio.

 

Fala-me! Em grupos doudejantes, quando

Falas, por noites cálidas de estio,

As estrelas acendem-se, radiando,

Altas, semeadas pelo céu sombrio.

 

Olha-me assim! Fala-me assim! De pranto

Agora, agora de ternura cheia,

Abre em chispas de fogo essa pupila...

 

E enquanto eu ardo em sua luz, enquanto

Em seu fulgor me abraso, uma sereia

Soluce e cante nessa voz tranqüila!