Não sabes, virgem mimosa,
Quanto sinto dentro d'alma
Quando sorris tão formosa
Sorriso que traz-me a calma:
Brando sorriso d'amores
Que se desliza entre as flores
De teus lábios tão formosos;
Doce sorriso que afaga
Do peito a profunda chaga
De tormentos dolorosos.
Quando o diviso amoroso
Por sobre as rosas vivaces
Torno-me louco, ansioso,
Desejo beijar-te as faces;
Corro a ti... porém tu coras
Logo súbito descoras
Arrependida talvez...
Na meiga face t'imprimo
Doce beijo, doce mimo
Da paixão que tu bem vês
Eu gosto, meiga donzela,
De ver-te sorrindo assim
Semelhas divina estrela
Que brilhas só para mim:
És como uma linda rosa
Desabrochando mimosa
Ao respiro da manhã:
És como serena brisa
Que no vale se desliza,
Seu mais terno e doce afã.
O brando favônio ameno;
Da fonte o gemer sentido,
Da lua o brilho sereno
Sobre um lago refletido
Não tem mais doces encantos
Que, sobre os puníceos mantos
Dos lábios teus um sorriso.
Sorriso que amor me fala
Como d'alva o encanto, a gala
Quando serena a diviso.
Sorri, sorri, que teu sorriso brando
Minhas penas acalma;
É como a doce esp'rança realizada
Que as ânsias desvanece!
E se queres em troca dum sorriso
Uma prova de amor
Vem para perto de mim m' escuta ao peito
Na face um beijo toma...