ENRAIZAR
ENRAIZAR
Ancorei meu coração
quando o quis raízes
e atraquei sobre meu desejo
de querer ser mais, mesmo
estacionado.
Minha’lma se infestou
de um medo de perder,
de um ciúme raso,
e profundo,
tal qual um vaso de sangue
que se põe a jorrar
acidentalmente.
Esse amor daninho
fez do meu jardim
um terreno baldio
que se abandonou
em sua essência.
Não pensei que flor
pudesse ser bruta.
Meu último espelho
se quebrou
para que a autoimagem
se esvaziasse
e pudesse ganhar
novos contornos.
Refletir é forçar raízes
em pleno deserto.