Ah! Quem me dera se afogar nesta reconciliação...
Se eu pudesse olhar os mares e
Guardar em potes as minhas ideias
– Ou em garrafas de cerveja vazias –
Depois de uma tempestuosa noite
De discussão inutilizada.
Ah, amor,
Poderia esquecer tudo...
Tudo!
Voltar ao mar,
Iludir-me nos pensamentos,
Afogar-me em prantos e remorsos.
E sumir, não seguir,
Deixar de sonhar, desistir...
Quiçá, então,
Entregar-se ao fumo,
Ao álcool, à dor,
Ao sofrimento inútil,
Ao preenchimento incolor.
Quem me dera, amor, recomeçar...
Tomar o rumo.
Parar,
Lembrar de tudo:
Dos momentos bons, marcados, vividos;
Das experiências que trouxeram maturidade.
E com isso,
Relaxar,
Dormir,
Sumir nos sonhos.
E no outro dia...
No outro dia
Amanhecer
E correr para a vida,
Com o sorriso largo no rosto.
Amar, viver,
Sorrir, aprender,
Arrepender, erguer...
Erguer-se. E te telefonar.
Voltar ao mar depois.
Guardar, ainda, papeizinhos cheios de ideias,
Nas garrafas, nos potes da imaginação.
E transformá-las em vontades.
Depois atirá-las intensamente ao infinito oceano.
Amar, esquecer, buscar... Marcar um encontro.
E pular no mar.
Retomado por um momento eufórico,
Sobreviver... De alegria imensa, da vontade de ficar junto.
E avistando-a, ao longe, correr junto de ti,
Sentindo todo momento oportuno e imensamente sublime
Ao te olhar nos olhos e te dizer:
Vamos tentar?