DESEJO E MEDO(*)
Na imaginação para uma nova vida,
Vê-se inquietações de uma alma perdida,
São desejos despertos em deleite,
É desvario frenético para a lascívia;
No cérebro, a confirmação de um retrato,
Vai delineando os traços e, encantando
Em um rosto lindo, trazendo a marca,
De uma boca quente com lábios em brasa;
O jogo de mãos e de molhados beijos,
Com saliva, as línguas enrolam como fio.
O hálito forte e ofegante traduz,
A voluptuosidade como animais no cio;
Ao tatear, sobre o meu, o corpo cheiroso.
Procuro refúgio de uma explícita loucura,
Sentindo próximo, o perfumado aroma,
Bebo, como em sonho, o líquido da luxúria;
Na gruta do encantamento e do pecado,
O toque íntimo e suave de frenesi volúpia
Transforma como em vício, os corpos trêmulos,
Em sensual prazer de um mútuo orgasmo;
Procurando ar, saciado de carícia e de prazer,
O corpo cai em prostração, de gostoso cansaço,
Ainda no calor, imagino e pressinto ao dizer,
Estou com medo, desse novo amor, não ter.
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(*) O autor é Professor de Literatura, Língua Portuguesa e Redação.
E-mail: edsong@uai.com.br