Permeie-me
Permeie-me lentamente
Como agulha e linha costuram o tecido, atavie-me simplicidade que me esconda da maldade. Sou recíproco e te escondo em mim, não sofrerás com a tempestade. Proteja-me nas lúnulas de tuas unhas que me arranham as costas e eu te guardarei em minha boca sedenta de ti. Quando passarmos pelo deserto serei-lhe aroma petricor para suportares a ressequidão e não sucumbires a miragens . Eis aqui seu amado, seu servo e protetor fiel, um homem simples e regado de amor. Permeie-me, por entre as linhas em mim encontrará abrigo. Dê-me banquete em seu umbigo e sentirei seu gosto no céu da boca, teu nome entre meus dentes e te farei descansar em minha língua.