Nada
Tudo sei, mas nada sei sobre si nem eu, o que sei sobre si não passa de uma rasa penumbra, sei tudo sobre você assim como a humanidade sabe sobre Deus, ou o que ciência sabe sobre matéria escura e o que tem dentro de um buraco negro, tudo não passa de teorias e suposições. Sobre os céus vejo que não conheço sua face ou a intenção do seu olhar, entrelinhas perco-me em seu sorriso e sempre me acovardo ao som de sua voz, me enche de melancolia só de imaginar um adeus, me enche de lágrimas de nem ao menos ter migalhas de seu afeto, acorrentado estou aos seus pés, perdido estou em seu universo!.
Meus olhos me mostram lapsos de sua arrogância, busco em mim uma razão, um sentido para justificar tamanha falta de empatia, nem tudo nem eu nem você nem ninguém pode ser pra si para sempre?, talvez o errado seja eu, desejar, ter sede de você.
Em prantos de minha alma busco uma força para superar tamanha dependência, em carne busco uma distração, entre meus sentidos uma forma de silenciar minhas vozes, do pó ao pó retornarei com a morte de mais uma camada do meu ser.