AUTENTICAMENTE NU

AUTENTICAMENTE NU

Jurei a mim mesmo ser autêntico,

ser autêntico e honesto,

ainda que sob os lençóis e

movido pela pulsão chamada

desejo.

Quis ser canalha, rendeu-me um êxtase,

uma vaidade que tão logo se dissipou,

porque meu mal é me acometer romântico.

Queria ser pragmático,

um romântico pragmático, mas

mais padeço

ser um pragmático-romântico.

Fui amante, fui amigo, fui filho e irmão

e não valeu me converter ao reconduzir

todos os meus preconceitos;

voltaram-se para o meu deleite, meu gozo.

Da armadura que me feria; despi-me.

Nu fiquei.

Tu arrancaste-me até a pele.

Na inquietude. Na fragilidade.

Na ansiedade, na depressão,

me refiz para ser teu

e te perdi, porque me perdi.

Nos perdemos

e ganhamos...

Leo Barbosaa
Enviado por Leo Barbosaa em 08/10/2023
Código do texto: T7903904
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