AUTENTICAMENTE NU
AUTENTICAMENTE NU
Jurei a mim mesmo ser autêntico,
ser autêntico e honesto,
ainda que sob os lençóis e
movido pela pulsão chamada
desejo.
Quis ser canalha, rendeu-me um êxtase,
uma vaidade que tão logo se dissipou,
porque meu mal é me acometer romântico.
Queria ser pragmático,
um romântico pragmático, mas
mais padeço
ser um pragmático-romântico.
Fui amante, fui amigo, fui filho e irmão
e não valeu me converter ao reconduzir
todos os meus preconceitos;
voltaram-se para o meu deleite, meu gozo.
Da armadura que me feria; despi-me.
Nu fiquei.
Tu arrancaste-me até a pele.
Na inquietude. Na fragilidade.
Na ansiedade, na depressão,
me refiz para ser teu
e te perdi, porque me perdi.
Nos perdemos
e ganhamos...