DESENLACE

DESENLACE

Não posso conceber

seu desejo como aleatório,

sua vulva sem me envolver,

seus espasmos em minha boca,

seus lábios desempenhados.

Seu corpo se atou

porque você atuou

sob minha carne trêmula.

Em abraços partidos,

você se penetrou.

Nada está tão claro

quanto o seu peito exposto

sob a casa inteira que te observa.

Já não admito ser gente,

pois esse amor indigente

regressa a feridas.

Não basta ser profano.

Temos que sentir o engano

feito rua em neblina.

Basta de amores sobre os

meus passos.

Cansei de ser lasso

diante desses laços

que nunca desatarei.

Leo Barbosaa
Enviado por Leo Barbosaa em 06/10/2023
Código do texto: T7902262
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