DESENLACE
DESENLACE
Não posso conceber
seu desejo como aleatório,
sua vulva sem me envolver,
seus espasmos em minha boca,
seus lábios desempenhados.
Seu corpo se atou
porque você atuou
sob minha carne trêmula.
Em abraços partidos,
você se penetrou.
Nada está tão claro
quanto o seu peito exposto
sob a casa inteira que te observa.
Já não admito ser gente,
pois esse amor indigente
regressa a feridas.
Não basta ser profano.
Temos que sentir o engano
feito rua em neblina.
Basta de amores sobre os
meus passos.
Cansei de ser lasso
diante desses laços
que nunca desatarei.