DE TANTO AMOR

Era mais...
Do que uma tela de Guignard,
Do que um rio que emana,
Do que uma fruta rara no pomar,
Do que um poema de Quintana.

Era mais...
Do que um concerto de Mozart,
Do que a beleza de Copa Cabana,
Do que um filme de Godard,
Do que a dança cigana.
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Era você a me dominar,
Numa lucidez insana,
A me envolver – a me amar,
Com absoluta gana.
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Era eu; preso ao seu jogo,
Sentindo-me um prometeu,
A te oferecer todo o fogo,
Usurpado de Zeus. 
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Eramos nós; sentido no ar...
A magia que nos aconteceu;
Perplexos a admirar...
A lua que sutilmente apareceu.