Quando à noite no baile esplendoroso

Vais na onda da valsa arrebatada

Com a serena fronte reclinada

Sobre o peito feliz do par ditoso...

 

Mal sabes tu que existe um desditoso

Faminto de te ver, oh minha amada!

E .que sente a sua alma angustiada

Longe da luz do teu olhar piedoso.

 

Mas quando a roxa aurora vem nascendo,

E a cotovia acorda o laranjal,

E os. astros vão de todo esmorecendo;

 

Eu cuido ver-te, oh lírio divinal,

As minhas cartas ávida relendo

Semi-nua no leito virginal.