Som, ser e tempo... Chuva, você e eu.

Som, ser e tempo.

Todos permeiam perpetua e postumamente

a pressa que presenteia, como grego, a perfeição.

Som, ser e tempo.

Sombra do eterno que nos assombra sordidamente,

sovino em socorrer o soldado soterrado nas sobras.

Mas eu e você, com nosso silêncio, nossa união visceral, e com essa perenidade

tão esplêndida... Enfeitiçamos domingos!

O Céu, a Vida, o Inferno e até o Amor...

Por do sol? Somos Tornado! Efeitamos, comigo.

Colidiram-nos! O que é você? O que sou eu?

Querer! Queremos o que o outro quer!

Querer? É só outra palavra pra molhar. Molhe-me! Como a chuva molha a terra...

como o couro do gado encharca a ferra...

Ah... A chuva que nos incendeia a alma.

Existe algo de anímico nos dias de chuva...

ver algo sair do Céu, para abençoar a terra,

a Reminiscência se apodera de nós.

Deja vu! Passado, presente e futuro se misturam...

Ah... Venha salgar-me, chuva! Gelar-me...

Podes fazer correr a lágrima presa

por algemas pequenas e redondas?

Podes fazer correr o morto que grita

pela Morte que o abandonou putrefato?

Som, ser e tempo.

Eu e você.

Chuva!

São personagens que tramam

nessa dança, macabra.

Esperando a deixa da sua fala, onde tudo acaba...