A ESTÁTUA DE MÁRMORE
Quando nossos corpos se encontrarem,
Indispensável serei a ti nesta vida e,
Teus beijos serão bem mais que ternos,
Também estarão molhados pelos lábios,
Que imperfeitamente se mostraram,
Consolados por todos os meus abraços.
Das almas com que seremos,
Tão verdadeiros, quanto insanos,
Dado ao véu que nos encobre,
E que estará na hora, de descortina-lo a tempo.
É um desejo imortal,
A qual viajaremos sem medo algum.
Num paraíso bem mais que tropical,
Ao tocarmos num silêncio profundo.
Será que teremos noites suficientes,
Em que um mar de rosas e,
Taças de uma antiga garrafa de vinho,
Um poema a qual se perdeu pelo caminho,
Ousaríamos sentir o que tanto guardamos?
Ah, se os deuses ouvissem minhas preces!
E fizesse da estátua de mármore poética,
Aquela que de amores, me buscasse do inferno,
Embelezando as tardes de primaveras,
A qual este Pigmaleão não se negaria,
De vir a declamar-se contente!
Oferecer-me-ia em demasia,
Na atemporalidade dos meus dias,
Enquanto o sublime conservaria-se,
Transpondo os rompantes de certas vontades.