Por que tinham que ser assim?
A quem, com carinho, direi bom dia?
Neste sol que há três semanas sorria em alegria?
A quem confiarei meus segredos mais obscuros,
Hoje, apenas o primeiro de meus lamentos profundos.
Por que escolhestes partir, sem ao menos hesitar?
Não tentaste deter-me, apenas foste, sem argumentar.
Por que, então, este inevitável caminho a trilhar?
Tamanha intensidade, em dias, a nos sufocar.
Aqui, em meu peito, reside um vazio sem par,
Um abismo de desespero, difícil de enfrentar.
Meu coração, em chamas, teu nome a clamar,
Mas a razão, implacável, ordena: deves esquecer e cessar.
Por que, então, entreguei-me ao amor e à paixão?
Tal questão sem resposta, um eterno coração em aflição.
Neste dilema, a busca por uma solução,
Encontro-me perdido, em desvario e confusão.
Por que, ó destino cruel, permitiste tal jornada?
Por que, quando a alma se abria, não vieste em meu resgate?
Por que, assim, tudo se transformou em melancolia?
Tanta paixão, em poucos dias, tumultuando minha valia.
Aqui, dentro de mim, um vácuo profundo se instalou,
Um abismo, um buraco, onde o amor se ocultou.
Meu coração, em clamor, teu nome grita ardente,
Mas a razão me implora: esquece-o, mente!
Ah, por que permiti-me apaixonar com tamanha intensidade?
Neste emaranhado de sentimentos, na minha realidade.
Deve-se a vida a essas marés de paixão e agonia?
Por que, oh, coração, foste nessa jornada vazia?
P.s Não tá fácil aqui (LC)