ESTRADA DA VIDA
...meus olhos me denunciam diante da realidade, onde confesso minhas verdades, com o que venha da alma, de minha consciência humana, e é o mundo testemunha de certos acontecimentos, mediante as forças dos ventos...
Em um momento o despertar pra realidade, onde a vida com a graciosidade, na felicidade por existir, por estar aqui... Contemplando tudo o que vivo, tudo o que vivi, em que, por alguma razão, inúmeras vezes, até sorri...
Ah, a vida...
Tão breve diante de certas grandezas, tão incerta com a instabilidade, entre felicidade e a tristeza, e o vento que bane personagens e reduz números que antes frequentava, a mesa...
Em minha infância, a ampla expectativa com inocência e a ausência de certas verdades, que o tempo trouxe aos olhos, com os efeitos pra realidade...
Lúdico, sonhos, planos... Uma mente cheia de expectativas, sem por menos ter as noções, que muito em tempo, estaria à mercê das ocasiões... E simplesmente, em um tempo acabaria, num momento, em um dia...
E assim, eis que percebi, que não passamos de vidas que ganham, somos referências que perdem, somos manifestos que cumprem nos parâmetros dos tempos, que seguimos à mercê dos ventos, e somos seres que por alguma eventualidade sucumbem e revelam importâncias, ainda que diante de tormentos, sofrimentos... Imposições dos tempos...
Meus sentidos específicos, comprovaram uma perda aqui, outra ali, uma acolá... E nisso eu aprendi, sinceramente, a ação ou reação inevitável de chorar...
O choro por lamento, mediante as imposições dos tempos, forças dos ventos...
E muito parece que é imprevisível, ao momento para cada perda, tudo o é oportuno e inusitado, quando o impacto diante dos olhos, traga ao tempo algo por confirmado, e pouco a pouco fui percebendo, que a cada perda, me via abalado, até com Deus, em algumas vezes, eu comportei por revoltado, não concordando com certos resultados...
Revoltado, por não querer me ver, diante de certas perdas, afinal são personagens insubstituíveis aos olhos, ao abraço, ao beijo na face, ao toque de um carinho, mas esse, esse eu compreendi, em tempo, que é o inevitável caminho...
E caminhamos para ganhar, rumamos para o perder, mediante o tempo limitado, onde expressamos o viver, conviver... Nos consolidando com as verdades, verdades em ser, um ser que por tempo denote aos dias, na arte de viver, conviver...
Quantos entes queridos se foram? Quantos amigos deixaram de ser?
E à mercê de uma avaliação peculiar, me vi diante do tempo por constatar, a importância e o significado, que cada personagem no cenário construiu, antes que o vento passando pela realidade os afastou, simplesmente, baniu...
E com o tempo eu percebi nitidamente, que vivemos por concluir algo, muito além das meras e humanas compreensões, acima da capacidade pra nossa mente, o seguir à mercê das ocasiões...
E os dias vão avançando, já não temo tanto assim a morte, mas um atino me coloca em um degrau de importância, pois inúmeros personagens e perdi, mas luto por continuar e estar aqui, não ser aos olhos daqueles que amo, um motivo ou uma margem para sofrimentos, pois tudo passa, inevitavelmente, com as imposições dos ventos...
Ventos vem e ventos vão...
Mas eu luto e reluto pra não partir tão cedo, não ser as motivações de lágrimas em sua face, em face no que construí, pois a perda mais difícil será o fato de não mais te olhar, te dar carinho, ao toque sutil de minhas mãos, em um abraço, simplesmente em tempo não mais fisicamente, te sentir...
Essa separação será imponente e já me machuca da alma à fora, pois tão certo como tudo passa, certo que um dia, num momento, chegará pra minha essência, o instante também pra ir embora...
E isso dói, nem parece dor física ser, mas sinto uma imponência contra a minha espiritualidade, ainda na arte que é o viver... E a minha consistência abalada assola, pois quando preciso o for, haverá forças que também me levarão embora...
Eu olho pro céu e me sinto espiritualmente tão dividido, pois ao tempo já ganhei e também muito perdi, mas algo que jamais concordei nessa vida é o fato em não mais te ver, assim tão diante dos olhos, ao alcance pra mim...
Minhas mãos em sua face, em face ao andamento de uma construção, quando os meus olhos forem selados, não mais houver batimentos cardíacos e for encerrada a respiração... E a liberdade concedida ao ar, certamente à Fonte ela hei de retornar, impelida para a atmosfera, ao tempo, impulsionada será defronte, seguindo, seguindo rumo ao Monte...
Mas onde estiver o meu espírito ao alcance, no ápice de um céu acreditado... Em um átrio a essência alojada, serás sempre até mesmo diante do Criador, a figura mais intensa do meu sincero amor... A sua consistência delineada, minha figura amada... Pois és parte de mim, em vida, uma vida com a essência externada...
E sinto com o fato de pensar em não mais existir... Que me deixa com a alma como se estivesse até ferida, como se no interior ela o fosse machucada... Ao não mais haver tempo pra mim, nesses caminhos, na realidade, o fim da caminhada...
O que será do meu espírito? Sem poder fisicamente ter abraçar, te sentir com o carinho...
Pois percebi que tudo passa e faz parte do inevitável, fim do caminho...
"...Como eu amo você! E jamais quero te perder... "
Mas no mundo, a vida é limitada...
Seguindo ao tempo por caminhos, atendimento aos propósitos, finalidades, até não haver mais pra onde ir... Ao ser chegado o fim da estrada...
Na estrada da vida...
O viver é como se tivéssemos que aprender... Aprender a perder...
E se a vida perde o V... É chegada a hora de IDA...
Assim impõe o tempo sem a letra V, mostrando o portal da partida...
"...Como eu amo você! E jamais quero, jamais quero te perder... Meu Filho aos olhos meus..."
JGWELBOR/CNS