DADAS AS MÃOS: TERREMOTO CORPÓREO

Um fenômeno natural

Que nunca havia sentido assim

Um simples gesto corporal

Abalou sismicamente em mim

Sentir a sua mão delicada

Na minha se envolvendo

Foi causa involuntária fincada

Do frenesi que não compreendo

Placas de rochas tectônicas

Aquele encaixe transcendente

Meu coração com abertura vulcânica

Aquecendo minh'alma intensamente

Nossos dedos entrelaçados

Amplexo das mãos suadas

Catarse com teor enamorado

Numa noite privilegiada

Um sismógrafo não conseguiria

Encontrar a magnitude exata

Da intensidade de minha alegria

Que eu senti naquela data

Aquele momento agradável

Aquela lembrança saboreio

Sensação inadjetivável

Meu corpo trêmulo sem freio

Terremoto de escala indescritível

Quando dadas as nossas mãos

Naquele dia inesquecível

Em que o epicentro foi o meu coração