Ostara
De um solstício monótono e incolor, você aparenta esplandecer. Talvez seja o cintilar de seu doce riso que me tira os pés de um solo concreto o qual me recuso partir.
Me dissipo em fantasias infantis, pois quando miro sua face angelical, posso jurar escutar o solene som de trombetas anunciando minha ressurreição.
Um delicado jardim cresceu em mim, tornando-se morada das mais variadas borboletas que batem suas asas ligeiras. Equinócio que proclama ostara, com você, não meço palavras. Não rebusco o singelo.
Sua calmaria é poesia branda, assim como sua voz mansa que rouba de mim qualquer amarra antes dada.
Tens clima primaveril, desde os luzeiros cor de menta até o calor desmedido que pela primeira vez, não me inquieta.
Me aquieta e sossega toda tormenta que um dia se fez presente em um rígido inverno.