Ostara

De um solstício monótono e incolor, você aparenta esplandecer. Talvez seja o cintilar de seu doce riso que me tira os pés de um solo concreto o qual me recuso partir.

Me dissipo em fantasias infantis, pois quando miro sua face angelical, posso jurar escutar o solene som de trombetas anunciando minha ressurreição.

Um delicado jardim cresceu em mim, tornando-se morada das mais variadas borboletas que batem suas asas ligeiras. Equinócio que proclama ostara, com você, não meço palavras. Não rebusco o singelo.

Sua calmaria é poesia branda, assim como sua voz mansa que rouba de mim qualquer amarra antes dada.

Tens clima primaveril, desde os luzeiros cor de menta até o calor desmedido que pela primeira vez, não me inquieta.

Me aquieta e sossega toda tormenta que um dia se fez presente em um rígido inverno.

Rafaela de Carlo
Enviado por Rafaela de Carlo em 19/09/2023
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