SACRIFÍCIOS

 

...na quietude de tudo que te acerca,

eu chego, despertando,

do silêncio ruidoso, tua alma...

 

...escorro na vidraça,

da janela de teu quarto,

como chuva a escorrer no telhado...

 

...gotas que te orvalham,

o corpo de pele,

clara e sedosa...

 

...umedecendo a secura,

das vontades ocultas,

no cio do desejo...

 

...penetro teu templo sagrado,

enquanto dormes,

o sono dos anjos...

 

...dispo-te o corpo,

ainda indefeso, sobre o templo,

dos sacrifícios profanos...

 

...entregue às luxúrias,

de seus mais impetuosos,

desejos pelo prazer...

 

...a flor se abre,

e receptiva,

em trêmulos goles, absorve...

 

...todo o cálice,

que transborda...

...sacia-se...

 

...redimindo-se,

do pecado,

eis a consumação do sacrifício,

 

...e no templo,

dois corpos jazem, despidos...

...saciados, dormem...

 

Bené Bené

Benedito Oliveira
Enviado por Benedito Oliveira em 16/09/2023
Reeditado em 16/09/2023
Código do texto: T7886721
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