SACRIFÍCIOS
...na quietude de tudo que te acerca,
eu chego, despertando,
do silêncio ruidoso, tua alma...
...escorro na vidraça,
da janela de teu quarto,
como chuva a escorrer no telhado...
...gotas que te orvalham,
o corpo de pele,
clara e sedosa...
...umedecendo a secura,
das vontades ocultas,
no cio do desejo...
...penetro teu templo sagrado,
enquanto dormes,
o sono dos anjos...
...dispo-te o corpo,
ainda indefeso, sobre o templo,
dos sacrifícios profanos...
...entregue às luxúrias,
de seus mais impetuosos,
desejos pelo prazer...
...a flor se abre,
e receptiva,
em trêmulos goles, absorve...
...todo o cálice,
que transborda...
...sacia-se...
...redimindo-se,
do pecado,
eis a consumação do sacrifício,
...e no templo,
dois corpos jazem, despidos...
...saciados, dormem...
Bené Bené