O MÉDICO E O POETA !

De dia sou médico,

cuido de corpos doentes,

gente ferida,

estanco hemorragias,

dreno abscessos.

Salvo vidas,

mancho o meu linho branco

com sangue cor de vinho.

De noite, viro poeta,

cuido de almas,

sob a luz do Sol,

encaro as mazelas do mundo

ouço os gritos desesperados

dos miseráveis, imundos!

Sob a lua,

expurgo os demônios ocultos.

Na claridade,

uso jaleco branco,

alvo como a neve do Himalaia,

que vai enegrecendo

à medida que as mágoas alheias

vão sendo lançadas sobre mim.

No breu, visto negro,

fico da cor da noite mais escura.

De dia sou verso; inteligência,

razão e cura.

De noite, o inverso;

sentimento, emoção e loucura,

convivem os dois dentro de mim ...

* Dr. João Batista Braga

* Membro da Sociedade Brasileira

de Médicos Escritores (SOBRAMES)

* joaobatistabraga@bol.com.br

joão joão
Enviado por joão joão em 22/12/2007
Reeditado em 10/02/2011
Código do texto: T788581
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