Tormenta
O sol em frestas da minha alma
Anuncia dias quentes, corpo em chamas
O hoje exige revoluções, arrepios e dramas
Em gaiolas onde a ferrugem corroem a mentirosa calma.
E como raios do sol quente do sertão
Me desfaço de grades que teimam em conter
Os eus do meu Eu em poderosos nãos
Feitos de sombras do passado a nos envolver.
Queria romper com os que amam a perfeição
Deixar solto o que de imperfeito me faz viver
Abandonar os caprichos da salvação
E solta como pássaro errante pode viver.
Nesse encontro de almas e pouca calma
Me percebo perdida entre os eus dos meus eus
A perfeição que de me esperam
Ão de matar-me o sorriso e a alma.
Meus versos são como flechas atiradas ao alto
Na esperança de algum deles alcançar o céu
Causar grande dor no peito da terra
Tirar dela seu mentiroso véu.
E se mesmo assim não romper com o medo
E meu coração quase morto sucumbir
Ei de matar comigo todos os meus desejos
E no colo da terra passar a existir.