Coração de nanquim
Quando ando sozinha
No labirinto de vielas,
Me sinto transportada
Dessa cálida necrópole
Até cair, suave, no conforto
Do teu colo, que absorve
Minha melancolia, enchendo
De vivas e floridas cores
O coração de nanquim que,
Aos trancos, carrego no peito.
Ao me abrigar sob a morada
Do teu amor, sinto no teu olhar
Toda a força angelical a alumiar
As sombras que habitam
Em meu coração de nanquim,
Que agora bate alegremente
Ao ver as cores vivas do teu ser
A livrar dessa angústia de apenas
Tropeçar sofregamente rumo
Às cinzas do carvão já consumido
Da outrora bem-vinda solidão.