Escrava
É que eu sou escrava dos teus desejos
Prisioneira do teu olhar
Sou cativa em teus beijos
Devota do teu ordenar
Tudo que quiser de mim
Em cada frase, seja eu
A terminar
" sim, senhora"
E faço tudo que mandar
Sou submissa, sou escrava
Do teu querer e do que imaginar
E por vezes te quero tanto
Que sofro sozinha
Sem poder te confessar
A agonia de não te ter só minha
E ver- te dividida
Entre mim e ela
Eu fico com teu corpo
Ela, com teu coração
Tua mente é indecisão
Não decifro
Ainda que eu tente
Sempre me pergunto
Quando estar dizendo a verdade
E quando mente
E se mente mais pra mim, para ela
Ou para si mesma
Se ainda sente ou se adia o esquecer
Por medo de sofrer
Com outra vadia
Sim, eu sou! Não nego que sou.
Mas sou tua!
Tua vadia! Tua cachorra!
Tua! Tua!
E de mais ninguém
Se digo que amo outras
É só pelo vazio que você me provem
Mas se por acaso me chama
Diz: " meu bem, vem dividir a cama"
Não me importo, vou mesmo assim!
Esqueço das outras e me enfio em seus lençóis
Ainda que essa trama seja curta
Se me quer amarrar
Que aperte bem os nós!