Um grito de amor para ela
A fonte de minha inspiração
passeia leve na imaginação...
vai chegando e se apodera
me leva ao sonho, à quimera!
No começo era brincadeira,
besteira, agora já dá tonteira.
Tenho medo de perdê-la...
porque a quero para a vida inteira.
Que amor de menina matreira...
Chegou conquistando, poeteira!
Sua ousadia invadiu meus dias
me deixando assim, em agonia.
De onde surgiu essa criatura?
Ela cativa, anestesia, domina.
Tomou conta! Ela me fascina...
Fez destes pensamentos, oficina!
Será que aguento o sofrimento...
por não tê-la em meus braços?
Quero embalá-la, dar carinho!
Colocá-la quieta em meu colo.
O que faço agora, se não a tenho?
Vou buscá-la? Raptá-la? Me contenho?
Como aquietar meu coração. Consigo?
Tantas perguntas para tê-la comigo!
Nunca havia sentido tanta atração...
mulher nenhuma causa tanta emoção.
Será prêmio divino, ou mero castigo?
Foram poucas as orações? Prossigo?
Terei explicação? Ou é falta da razão?
Só sei que a quero tanto, tanto e tanto
e a desejo mais ainda, aqui no meu canto.
Aspiro sua presença. Espero os seus encantos.
Será que o seu amor é sincero? Pra valer!
De onde vem este seu poder. Como emana?
Tenho que desvendar esse mistério, agora!
Comporei estes versos e os mandarei a ela.
Pela sua reação, atenção, ao vê-las, saberei.
O meu pranto, ou o meu sorriso. Estancarei!
Se disser sim ao meu chamado...serei feliz!
Caso diga não...não o quero! Serei infeliz!
De qualquer forma terá valido a pena...
terei tido o privilégio deste sentimento
lavrado em meu peito neste momento
numa mistura de alegria e lamento.
A dor e o amor sobrevivem, lado a lado...
co-habitam separados em milimétrico espaço
entre o certo e o errado, a paz e o cansaço.
Na lucidez e no delírio, são espíritos abraçados.
Hildebrando Menezes