Sabe de novo a dor de amar
Apenas sinto nem sei por que
vou te perdendocada minuto
que vivo cada hora sobrevivente
sem ti, sem te ler, sem te ver
nem o amor que parecia haver
naquela já distantepágina
queescrevemos juntas, almas
destravadas de saber sem
nem conhecer mais que paixão
Ah! Arazão nos tomou, nos deu porre
banho gelado, fiquei paralizado,
adormecido, entorpecido sou
por acaso nada que possa ser te anima
sou uma vida finda uma outra via torta
uma rota sem fim, uma finalidade adoecida
uma camada a mais de pó?
sei que serei um dia, mas
brasa dormida ainda aquece e o sopro
que a avive de ti era esperado
é já descabido ardente ser
amada que não mais me chama
desfigurada antevisão que esmaece
eu te recordo tu me esquece
não acredito sequer mais em mim
que era o único a crer-me ainda vivo
num repente, fuga em delírio,
ouço ecos de mim sem te mais ouvir
dor, dor, dor...
continuo a esperar, no entnato,
sem nem mais pensar que
o instante, o repente possa
mesmo ter iniciado decadente
sabes, amor, aquilo sobre máquina de dor
é assim, que funciona, que amas?