Amar, amar, amar... PARTE III
Amar, amar, amar...
nunca haverá adjetivo mais convicto!
Qualifica o âmago do amado e seu par,
faz de dois corpos sólidos um só cálice líquido.
Amar é menos Nietzsche, mais Bram Stoker...
Ou estóicos e epicuristas de uma vez?
Amar gosta menos de ser pôquer
do que xadrez.
Amar não falta
nem sobra.
Se a rua tem buraco, amar asfalta.
Se o amante é voraz, amar se desdobra.
Amar por isso recupera
de longe algum anseio antigo...
Há tempestades na primavera
(são como a sombra daquele abraço amigo...)...
Amar - ou eu nasço sabendo, ou de que adianta?
não existe universidade do amor.
Por isso é que quando acaba, espanta.
E quando se decompõe, quer logo se recompor...
Amar é ter e ser a posse
e ser dono do alheio nariz.
É rir na segunda-feira como se fosse
o réveillon no Buddha Bar de Paris.
Amar é todo o espaço
para um sorrisinho besta...
É a vontade e o cansaço
de começo e fim de festa.
Amar nunca será verbo,
já que no pretérito é um escarcéu...
Amar é só o encontro soberbo
da terra, do mar e do céu.