Me mande notícias de mim

O fôlego ainda me assusta,

lembrando da sua voz

Mantenho seus olhos nos bolsos

Universo

Casca de noz

Ontem me ligue de noite

Que eu sonho o seu mistério

Na recusa de dormir

Mainha me abraçou hoje

Fez cafuné na cabeça

Por que você faz assim

Roubando meu eu de mim

Te amo, nunca se esqueça

Eu vou mudar, eu vou mudar

Mesmo mudo, mesmo sem mar

Se o amor me chamar

Eu planto semente no chão

Giro mundo no recôncavo

E faço crescer na sala

Um baobá coração

Devia ser crime acordar

O amor de um outro alguém

Sem intenção de amar

Fazê-lo morrer refém

Mas a culpa é mesmo minha

Que deixei planta crescer

Reguei fazendo nascer

Sabendo ser erva-daninha

Mesmo sem verba pra viver

Não deixo o verbo morrer

E se me vir por aí,

no jornal ou na TV

Me mande notícias de mim